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Rota entre Estados Unidos e Brasil vai ficar mais sustentável graças ao uso de biocombustível de cana

As viagens de avião entre a Flórida (Estados Unidos) e São Paulo (SP) vão ficar mais sustentáveis em breve. Isso é o que prometem a multinacional Amyris e a brasileira GOL Linhas Aéreas, ao anunciar para o final de julho os voos comerciais abastecidos com 10% de bioquerosene de aviação (bQAV) produzido a partir da cana-de-açúcar.

O biocombustível, além de proporcionar desempenho equivalente ao combustível convencional derivado de petróleo, reduz significativamente as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE).

Desenvolvido pela Amyris em parceria com a petroleira francesa Total, com apoio da Boeing e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o bQAV é produzido no interior paulista, na cidade de Brotas e, segundo as empresas, pode ser 30% mais eficiente no uso da terra do que os combustíveis fósseis.

“Estamos felizes que a GOL utilizará o nosso combustível renovável no percurso entre Brasil e Estados Unidos. Esperamos que essa seja a primeira de muitas rotas. Estamos trabalhando junto com a Total para alcançar os objetivos da aviação, trazendo soluções em combustíveis de baixa emissão de carbono”, afirmou o presidente e CEO da Amyris, John Melo.

Para o diretor de Operações técnicas da GOL, Pedro Scorza, o uso do bQAV de cana, além de ajudar a atingir as metas de redução de emissões de GEE da empresa, aumentará a consciência pública em relação ao meio ambiente.

“Esse biocombustível sustentável faz parte de um grande compromisso da GOL de cumprir o Programa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) de Crescimento Neutro de Carbono até 2020. É uma forma também de conscientizar as pessoas sobre a importância de soluções sustentáveis de combustíveis para o meio ambiente”, explicou Scorza.

Essa não é a primeira vez que a empresa brasileira utiliza bQAV em sua frota. Em outubro de 2013, um Boeing 737-800 voou de São Paulo (SP) até Brasília (DF) com uma mistura de 25% de biocombustível renovável, composto por bagaço da cana e óleos residuais. Mais recentemente, durante a Copa do Mundo da FIFA 2014™, outros 200 voos testes da mesma companhia aérea partiram do Rio de Janeiro (RJ) em direção às demais cidades sede abastecidos com bioquerosene.

Vale lembrar que não é permitida a mistura de biocombustíveis ao combustível fóssil em voos comerciais que partem do Brasil. Ainda que no último mês de junho, a ASTM (certificadora internacional de padrões industriais) tenha aprovado o uso internacional na proporção de até 10% do bioquerosene da Amyris, em trajetos brasileiros isso depende da validação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em nota, a agência reguladora afirmou que no prazo de 90 dias haverá um parecer sobre o uso do biocombustível nessas rotas.

“Os biocombustíveis são a solução mais imediata para que a aviação civil consiga diminuir suas emissões. Se o uso do etanol nos carros é a saída para o transporte terrestre, para os aviões o bQAV representa uma opção técnica viável”, defendeu o consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc.

Fonte: UNICA

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